“A Ordem é o sacramento graças ao qual a missão confiada por Cristo aos seus apóstolos continua sendo exercida, na Igreja, até o fim dos tempos. É, portanto, o sacramento do ministério apostólico. Comporta três graus: episcopado, presbiterado, diaconato” [1].
É por meio deste sacramento que se transmite a sucessão apostólica, e nós podemos ter os ministros ordenados (diáconos, padres e bispos) para nos atenderem nas paróquias e dioceses e ministrarem os sacramentos, dando, assim, continuidade ao ciclo da salvação.
“A palavra ordem, na Antiguidade romana, designava corpos constituídos no sentido civil, sobretudo os que governavam. ‘Ordinatio’ (ordenação) designa a integração num ‘ordo’ (ordem). Na Igreja, há corpos constituídos que a Tradição, não sem fundamento na Sagrada Escritura, chama, desde os tempos primitivos, de ‘taxeis’ (em grego; pronuncie ‘tacseis’), de ‘ordines’ (em latim). Por exemplo, a liturgia fala do ‘ordo episcoporum’ (ordem dos bispos), ‘ordo presbyterorum’ (ordem dos presbíteros), do ‘ordo diaconorum’ (ordem dos diáconos). Outros grupos também recebem esta denominação ‘ordo’: os catecúmenos, as virgens, os esposos, as viúvas. etc” [2].
“O sacerdócio ministerial difere essencialmente do sacerdócio comum dos fiéis, porque confere um poder sagrado para o serviço dos fiéis. Os ministros ordenados exercem seu serviço com o povo de Deus por meio ensinamento (‘múnus docendi’: ‘encargo de ensinar’), do culto divino (‘múnus liturgicum’: ‘encargo litúrgico’) e do governo pastoral (‘múnus regendi’: ‘encargo de governar’)” [3].
O bispo recebe a plenitude do sacramento da ordem que o insere no Colégio Episcopal e faz dele o chefe visível da Igreja particular que lhe é confiada ({arqui} diocese). Os bispos são sucessores dos apóstolos e participam da autoridade e da missão da Igreja, sob o governo do Papa, sucessor de São Pedro [4]. Os presbíteros se unem aos bispos na dignidade sacerdotal, e ao mesmo tempo, dependem deles no exercício de suas funções pastorais. São os cooperadores dos bispos, formam o “presbitério” ao redor de seu bispo [5]. Os diáconos são ministros ordenados para as tarefas de serviço da Igreja. Eles não recebem o sacerdócio ministerial, mas a ordenação lhes confere funções importantes no ministério da palavra, do culto divino, do governo pastoral e do serviço da caridade [6].
“Quero exortar-te a revivar o carisma que Deus te concedeu pela imposição de minhas mãos” (2Tm 1, 6); “se alguém aspira o episcopado, está desejando um trabalho valioso” (1Tm 3, 1); “Eu te deixei em Creta para organizares o que ainda falta e constituíres presbíteros em cada cidade, conforme as instruções que te dei” (Tt 1, 5); “É o sacerdote que continua a obra de redenção na terra” [...] “Se bem compreendêssemos, aqui na Terra, o sacerdócio, morreríamos não de espanto, mas de amor” [...] “O sacerdócio é o amor do coração de Jesus” [7].
---------------------------
Referências
[1] - Catecismo da Igreja Católica (C.I.C.), §1536;
[2] - C.I.C., §1537;
[3] - C.I.C., §1592;
[4] - C.I.C., §1594;
[5] - C.I.C., §1595;
[6] - C.I.C., §1596;
[7] - B. Nodet, Le Cure d’Ars. Sa pensée-son coeur (Le Puy 1966) p. 98.